À semelhança da anorexia também a bulimia é um distúrbio ou transtorno alimentar mas com especificidades próprias em relação à anorexia. Assim uma pessoa que sofre bulimia, normalmente raparigas ou mulheres, come de forma desordenada e descontrolado e, em seguida, auto induz o vómito devido aos receios e inseguranças quanto a um possível aumento de peso.
Assim a rapariga ou mulher regularmente responde à fome e à vontade de comer com gula e um desejo de comer e de ingerir alimentos que vai, muitas vezes, para além da saciedade normal, assumindo as pessoas nestas situações, um sentimento de culpa e de irresponsabilidade e para o evitar o excesso de calorias provoca o vómito ou procura medicação, como os laxantes, que lhe permita expelir a comida ingerida do seu corpo embora o bulímico, usualmente, ignore que parte da comida ingerida permanece no nosso corpo mesmo após o vómito ou evacuações.
As causas da bulimia
A principal causa da bulimia é a imagem de beleza preconizada nas sociedades mais desenvolvidas – todos os dias jovens raparigas e mulheres são “bombardeadas” através das revistas, jornais, televisão e outros meios de comunicação social com imagens estereotipadas de que o belo e elegante passam por ter uma silhueta delgada, assente numa cintura de “vespa” e muitos vezes idealizam-se corpos extremamente magros em que sobressaem as figuras femininas de pele e osso nas principais passerelles mundiais – mas que criam obsessões pouco saudáveis de beleza em raparigas de tenra idade do mundo ocidental.
Mas não é só a sociedade que “cria” a mulher bulímica, outras causas podem estar na origem deste distúrbio alimentar como dietas rígidas e inflexíveis ou excesso de exercício físico. Isto para além de causas hereditárias, miúdas e mulheres com antecedentes familiares de bulimia são mais propensas a terem este distúrbio alimentar e é, claro, a pessoa que sofre de bulimia normalmente não é uma pessoa muito saudável e estável em termos psicológicos – assim a bulimia pode ser o resultado de baixa auto-estima, acessos de raiva, desejo de desproporcional em alcançar a perfeição, relações inter-pessoais conflituosas entre outras aspectos.
Esconder um distúrbio alimentar
As mulheres que sofrem de bulimia nervosa normalmente escondem tal transtorno devido à vergonha que sentem e pelo receio de repreensão, isso leva a que procurem formas de evacuar ou de vomitar de modo discreto e reservado dificultando a percepção, por parte de amigos e familiares, do distúrbio alimentar que incorre a doente. Mas há sinais que podem indiciar bulimia, desde os sinais comportamentais que podem sinalizar provocação recorrente ao vómito como é o caso de idas constantes à casa de banho após as refeições, excesso de exercício físico, utilização incessante de diuréticos ou laxantes ou mesmo o uso regular de produtos como a pastilha elástica ou perfume que podem estar a mascarar o cheiro a vómito.
Existe também evidências físicas como a manutenção de peso ou peso um pouco acima do recomendável, dentes descolorados, arranhões nas articulações, inflamações no ânus, quedas capilares, entre outros aspectos. Mas também o descontrolo na ingestão de comida às refeições e grandes períodos de ingestão de comida excessivo em contraponto com momentos de fome podem ser também sinais a ter em contas.
O tratamento da bulimia
Entre as consequências negativas da bulimia, e à semelhança de outros distúrbios alimentares, que em caso extremos pode levar à morte como se comprova pelo facto de tal acontecer em cerca de dez por cento dos casos diagnosticados, leva à fadiga muscular, irregularidade no batimento cardíaco, diarreia, erosão dentária, úlceras, dores estomacais, anemias entre outras maleitas e consequências.
O tratamento da bulimia passa antes de tudo pela consciencialização da mulher que tem um problema e que deve admitir não só que tem um problema, mas também que deve comunicar com alguém sobre o distúrbio alimentar e procurar ajuda profissional – que basicamente procurará mentalizar na paciente que deve procurar fazer uma alimentação normal, equilibrada e saudável, sem recurso a restrições alimentares ou outro tipo de dietas alimentares rigorosas.
Missão tão ou mais difícil será quebrar o ciclo de ingestão de comida desenfreada seguido de vómito ou evacuação e isso passará por uma reeducação alimentar, alteração de hábitos, diminuição dos intervalos entre refeições entre outros aspectos, ao que se segue uma desmistificação das crenças da mulher relacionadas com o seu peso, corpo, dietas alimentares, etc. que levaram à bulimia.
A última fase passa por uma tratamento psicológico que atinja a fonte do problema isto com terapia de grupo, familiar e outras técnicas procura-se que a mulher se auto-regule em termos psicológicos e que passe a conseguir lidar melhores com questões como frustração, baixa auto-estima, raiva, solidão, depressão, etc.
Tendo em conta as implicações que um distúrbio alimentar pode ter na vida de quem sofre desta maleita, é sempre sensato e importante recorrer ao aconselhamento médico.