Saber educar sem bater

Mais do que nunca, os pais querem que os seus filhos tenham tudo para serem crianças saudáveis, fortes e felizes. Assim, esforçam-se bastante para lhes dar o máximo que podem a nível de amor, segurança, bem-estar, educação e bens materiais, claro.

No entanto, por vezes cai-se no exagero e a criança tem facilmente acesso a tudo o que deseja e até ao que ainda nem sonha que deseja. Conceder todas as vontades aos mais pequenos e permitir que façam tudo o que pretendem, traz consequências negativas e os pais têm de saber impor regras e limites para o bem de todos. Porém, nem sempre é fácil e quando os pais tomam a decisão de ter filhos têm de estar preparados para as dificuldades que podem surgir na sua relação tais como os comuns conflitos entre pais e filhos.

Cabe aos pais, enquanto adultos maduros e responsáveis, aprenderem a gerir estes conflitos sem recorrerem a uma violência física ou verbal. Bater não é a melhor solução e há formas mais positivas, eficazes e equilibradas de lidar com os comportamentos menos adequados dos filhos até porque uma educação muito centrada na agressividade leva mais ao fracasso do que propriamente ao sucesso.saber-educar-sem-bater

Os conflitos entre os pais e os filhos

Criar e educar uma criança não significa super-protegê-la evitar a todo o custo que o seu filho não tenha qualquer contacto com dor e sofrimento irá no fundo prejudicar o seu futuro. Lembre-se que mais tarde ou cedo ele será um adulto independente que deverá ser capaz de lidar sozinho com as dificuldades da vida. Desta forma, os pais devem dar espaço e liberdade para a criança crescer de forma mais autónoma, incentivando também a sua capacidade de decisão ainda que sempre com bom senso, claro.

O problema é que muitas vezes os pais acabam por perder a sua autoridade e os filhos simplesmente deixam de os obedecer, procurando fazer apenas o que lhes apetece. Quando isto acontece, os filhos estão a ignorar as regras que os pais tentam estabelecer e isso não pode ser permitido. Os pais são os adultos responsáveis pela criança e têm de fazer o melhor para ela o que nem sempre corresponde ao que a criança deseja na altura.

Assim, os filhos têm de saber controlar as suas atitudes eles devem aprender a não agir apenas por impulso e perceber que todas as suas ações representam também consequências.

Os prós e os contras da tradicional palmada

Muito pais consideram que dar uma palmada de vez em quando para lidar com uma situação específica não faz mal a ninguém. O pior é quando esta solução se repete sempre que a criança mostra alguma atitude inadequada, tornando-se assim um método comum na sua educação. A simples e inofensiva palmada ganha rapidamente proporções exageradas que prejudicam não só a criança como todo o ambiente familiar. O mesmo acontece com comentários e desabafos negativos que costumam acompanhar estas “pequenas” doses de violência.

É verdade que uma palmada interrompe instantaneamente um comportamento indesejado, mas a longo prazo não traz benefícios, pelo contrário. Os pais não podem basear toda a sua educação em castigos quer sejam físicos ou psicológicos pois isso torna-se um ciclo vicioso que não tem fim. Se os pais tomarem sempre esta atitude, deixam de comunicar corretamente com os filhos nos momentos complicados, o que é bastante prejudicial.

Além disso, também pode ser uma solução incoerente se o comportamento do seu filho for por exemplo bater num irmão ou num colega neste caso, os pais pretendem ensinar que não se deve bater, mas fazem-nos à base da violência. Assim, pode-se reforçar a agressividade e uma criança mais revoltada pode assumir comportamentos negativos como bater ou empurrar os próprios pais o que revela uma situação já fora de controlo.

Soluções alternativas para uma educação mais positiva

Tendo em conta que bater não é a solução ideal, a verdade é que a melhor opção passa sempre pela comunicação. No entanto, não se pretende que os pais tratem estes assuntos com leveza nem que se tornem permissivos. Por isso, enquanto mãe deve dedicar algum tempo de qualidade com o seu filho para facilitar o diálogo entre ambos: permita que a criança partilhe os seus sentimentos e demonstre sempre o seu ponto de vista, com paciência e firmeza.

Para além de uma comunicação sincera, existem outras estratégias que os pais podem adotar para mostrar aos filhos que o seu comportamento é errado e que deveriam fazer as coisas de outra forma. Assim, em vez de bater ou castigar a criança, os pais podem retirar-lhe algo que gosta como um brinquedo, o acesso à televisão, a possibilidade de brincar com os amigos depois da escola, etc. assim, a criança entende que a sua ação teve consequências diretas negativas e que ficou a perder por desobedecer aos pais ou por fazer algo que não é correto.

E por fim, não se esqueça de valorizar o seu filho quando os seus comportamentos são positivos: elogios e reconhecimentos devem fazer parte da educação do seu filho e também o estimulam a continuar com essas ações. Além disso está também a contribuir para uma boa relação entre mãe e filha ou uma profunda ligação entre pai e filho.

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