Qualquer filha passa pela fase de imitar a mãe, querer vestir a sua roupa, calçar os seus sapatos, usar os seus acessórios e até experimentar a sua maquilhagem. Nesta fase de admiração ela vê a mãe como modelo de vida e claro, sente por ela um amor incondicional.
Mãe e filha têm assim uma ligação profunda e intensa desde o primeiro contacto na verdade, a mulher anseia pela chegada do bebé quando toma a decisão de ter filhos e ao engravidar inicia um processo de afeto e amor que vai aumentando com o nascimento e ainda mais durante os primeiros meses de vida.
Mas com o passar dos anos, pode surgir um certo atrito entre mãe e filha, capaz de alterar a relação entre ambas. A adolescência torna-se em geral a fase mais complicada, em que por norma a jovem evita conversar com a mãe sobre certos temas mais pessoais e delicados. E é natural haver um certo afastamento: a filha deseja ganhar uma maior liberdade de escolha e de pensamento, querendo fazer as coisas à sua maneira. Assim, ela prefere investir e procurar apoio mais nas amizades, deixando de ver a mãe como o modelo ideal.
As mães não são as melhores amigas das filhas
Este é um ponto essencial no relacionamento entre mãe e filha. Claro que a amizade é muito importante para ambas, tal como a compreensão, o respeito e a confiança. No entanto, a mãe não pode cair no erro de tentar ser apenas uma amiga da filha. Por mais que a mulher queira manter uma boa relação com a sua filha, sentir-se próxima dela e querendo ajudá-la ao máximo, tem de perceber que com esta atitude passa a fazer o oposto.
Se uma mãe se transforma em amiga, ela deixa de impor regras e limites que são fundamentais na educação dos filhos. Assim, o seu papel de protetora fica para segundo plano e a filha acaba por se sentir mais desprotegida e insegura. Além disso é importante para qualquer criança ou adolescente criar laços de amizade com outras pessoas, sejam colegas da escola, vizinhas, etc.
Por vezes, para existir uma maior proximidade entre as pessoas, é necessário haver algum distanciamento e é isso que deve acontecer entre mãe e filha. A mulher deve tentar acompanhar a sua filha e estar bem presente na sua vida, mas enquanto mãe e adulta responsável tem de se manter firme, estável e consistente.
Conseguir um relacionamento saudável entre mãe e filha
Conseguir manter este tipo de relacionamento equilibrado e saudável nem sempre é fácil, mas se a filha mostrar sinais de responsabilidade, a mãe tem de aprender a confiar nela e a acreditar nas suas capacidades.
Faz parte do papel de mãe ajudar a filha a desprender-se para conseguir tomar as suas decisões e ter as suas opiniões próprias sobre o mundo. Também é necessário que a criança ou adolescente tenha espaço e liberdade para ir criando os seus sonhos e objetivos pessoais.
Mas como em qualquer relação, nunca nada será totalmente perfeito. Haverão sempre alguns desentendimentos e discussões entre as duas o que é normal. Apenas é necessário saber ultrapassar os momentos menos bons sem pôr em causa toda a relação. E a verdade é que qualquer mãe deseja sempre o melhor para a sua filha, mas por vezes isso interfere na forma como lida com ela. No fundo, a mãe não deve exagerar do seu poder maternal e decisivo, tentando também ser tolerante e compreensiva relativamente às atitudes e pensamentos da filha.
Outro aspeto interessante é que na maioria das vezes a mãe exige comunicação e partilha por parte da filha, mas ela própria não comunica algo em retorno. Desta forma, é difícil para uma adolescente querer partilhar pormenores da sua vida pessoal, quando a relação com a sua mãe é unilateral.
A mulher deve conversar com a filha e partilhar os seus sentimentos para existir uma ligação mais forte entre ambas o diálogo é essencial e pode contribuir para equilibrar uma relação algo complicada. Contudo, a mãe também não deve exagerar nem passar os seus problemas para os filhos a chave está em conseguir um equilíbrio adequado e saudável para ambas.
